Diversas atividades homenagearão o blogueiro
potiguar que teve a voz silenciada. Prefeito de Serra do Mel foi
indiciado
No próximo dia 15 de junho, o assassinato do jornalista e blogueiro
Edinaldo Filgueira, que também era presidente do diretório municipal do
PT de Serra do Mel, completará um ano. O caso foi investigado pelas
Polícias Civil e Federal e concluiu-se que o crime teve motivação
política.
 Uma comissão nacional pedirá que o TJRN julgue os oito acusados pelo crime. Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação |
O prefeito de Serra do Mel, Josivan Bibiano de Azevedo (PSDB), foi
indiciado como autor intelectual do crime e chegou a ser preso em
dezembro do ano passado, à véspera do Natal, mas foi solto 10 dias
depois. Em homenagem ao jornalista, os blogueiros progressistas
pretendem instituir o dia 15 de junho como Dia Nacional do Blogueiro.
O
projeto de lei deverá ser encaminhado nos próximos dias ao Congresso
Nacional por uma comissão formada por representantes de vários estados
do país. No III Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas, que
aconteceu recentemente em Salvador, os participantes apresentaram
propostas referentes ao caso. Dentre as sugestões aprovadas, está a
formação da comissão que pretende entregar um documento à presidenta do
Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, desembargadora Judite Nunes,
cobrando celeridade no julgamento do processo.
"Os três
pistoleiros que executaram Edinaldo estão aguardando o julgamento
presos, todos parentes do prefeito do município. Mas os demais (cinco
envolvidos) estão respondendo em liberdade. O clima de impunidade é
muito grande, pois o prefeito Josivan Bibiano ficou em cárcere por
apenas 10 dias e hoje segue administrando o município, livre. E isso tem
despertado em quase toda a população daquela cidade o sentimento de que
ele é inocente, já que não está mais preso, ou de que ele faz o que
quer, pois detém o poder", disse Tiago Aguiar, blogueiro e diretor do
documentário De Ferro e de Flor, produzido em homenagem ao trabalho de
Edinaldo Filgueira, destacando a questão dos direitos humanos e da
liberdade de expressão.
"A sensação maior de impunidade está por o
Rio Grande do Norte ter um judiciário extremamente duvidoso, com muitos
casos decorrupção. Acreditamos que a justiça depende da mobilização de
pessoas em todo o Brasil e também no mundo, que se identifiquem e se
indignem, que tenham solidariedade. As provas são claras, existem
gravações telefônicas que mostram como tudo aconteceu", completou o
ativista, que produziu o documentário em parceria com a jornalista
Adriana Amorim.
FONTE: O Diário de Natal - Sexta-feira, 8 de junho de 2012